Todo escritor que se preze deve escrever sobre o amor entre um homem e uma mulher. É uma questão de tempo, momento ou, na pior das hipóteses, obrigação perante a classe.
Eu sempre fugi deste tema pelo medo da força que a palavra ganha quando sai do ar para o papel.
O problema é que não consigo escrever mais sem que esse tema fique martelando em minha cabeça. Talvez por isso deixei as poucas oportunidades que tive de escrever no último mês, para trás.
E nem sobre o amor eu consigo escrever, porque discordo totalmente da minha atual opinião sobre ele. Mas não consigo fazer nada para mudá-la.
Já tive muitas aulas de retórica, onde aprendi a diferença entre o convencimento e a prova, e talvez essa seja a única explicação para esse confronto que sinto.
Tenho todas as provas que preciso para desacreditar totalmente no amor, mas acho que ainda não me convenci disso.
O amor é responsável pelas mentiras mais sinceras que alguém pode cometer. Ninguém pode prometer amor eterno, porque nunca terá como saber o quanto durará o seu amor. E não é sua culpa se o amor acabar. Muitas vezes o amor acaba a contra-gosto, e não se pode fazer nada em relação a isso.
O amor até pode ser infinito (eterno nunca, pois o eterno não tem fim, nem começo e o amor sempre começa de alguma forma), mas essa é apenas uma possibilidade.
Uma pessoa está sendo totalmente sincera quando ama alguém e diz que a amará por toda a vida, por exemplo. O amor é o grande álibi de uma mentira como essas, um álibi tão perfeito que engana até aquele que está mentindo, sem saber.
Por essa e uma série de outras provas, eu poderia aqui, escrever um tratado contra o amor, mas não é isso que eu tenho em mente. Mesmo porque, ainda tenho muito medo de escrever e argumentar sobre algo em que não estou convencido.
Essa crônica é só uma tentativa de afirmar que tudo que eu penso está errado. Sei lá …
Queres encontrar explicação para a dissonância entre coração e cabeça(s)? Sejas um escritor, meu filho!
Ricardo,
Sei lá. Mas gostei da tua crônica e estou esperando (muito!) a parte 2. E a 3. E a 4. Ea…
Ri, estou desde o 1/2 do carnaval tentando elaborar um simples comentário, mas não sai, não flui… não sei, sei lá… *rs* Dessa vez tb não estou conseguindo! *rs*
Sobre a qualidade do texto, é fácil, está ótimo, mas sobre o tema…
Ricardo
Entendo tudo o que diz na sua crônica. Passei por essa etapa e por outras, e por outras, e por outras…
Se eu pudesse de fato lhe dizer alguma coisa seria uma frase do Steinbeck:
Só porque não aconteceu não quer dizer
que não seja verdade.
E um poema meu, aliás um dos que mais gosto:
saber do amor
não o que eu quero
agora.
agora
eu quero saber de mim
do centro em mim
que sabe do amor.
São tantos momentos, a caminhada de uma vida…
Gostei muito da sua crônica.
Gostei muito da sua coragem ao escrever a sua crônica.
Lhe desejo grandes encontros, no mínimo correspondentes à sua grande busca.
Margarida
DEIXA PRA LÁ, QUEM ME AMA?
Nem sei se vc ainda passa por aqui para ler…
Hj estou me sentindo do jeito descrito na crônica…
digitei ” não consigo escrever” no google, é achei sua página…
se tiver outro endereço me manda por e-mail…
[]z